Esquiva comemora final e quer ouro em revanche "engasgada" contra japonês
O lutador Esquiva Falcão, 22 anos, entrou para a história do boxe brasileiro após conquistar uma vaga na final da Olimpíada de Londres, e garantir uma medalha para o País. Ele, porém, não quer se contentar com a prata e vai buscar o ouro em uma luta que tem tudo para ter gosto de revanche: o brasileiro vai enfrentar o japonês Ryota Murata, que o derrotou na semifinal do Mundial de Boxe no ano passado.
"O japonês tá 'engasgado' (na garganta). (...) Ele hoje ganhou e vai pra final, mas eu sabia que tinha chances de pegar ele. Então é uma vitória que eu to tenho, mas amanhã quero outra vitória. Eu lutei com ele na semifinal do Mundial, e ele tirou de mim a final. Agora é a hora de dar o troco. Estou mais esperto, mais preparado, estudei os vídeos dele, e vamos ver o que vai dar aí. Vai ser uma luta boa", disse o brasileiro, eufórico com sua vitória por 16 a 9 contra o britânico Anthony Ogogo, na categoria dos médios (até 75 kg), nesta sexta-feira, na arena de Excel.
Esquiva Falcão será o primeiro brasileiro a lutar uma final olímpica no boxe. Antes dele, a maior conquista olímpica do Brasil no boxe masculino foi em 1968, quando Servílio de Oliveira acabou eliminado na semifinal pelo mexicano Ricardo Delgado e ficou com o bronze.
"No meu caso, não é entrar pra história, é garantir o ouro. Estou muito, muito feliz mesmo de entrar pra história do boxe brasileiro, não só eu, mas a equipe toda. Não sei como explicar. Mas agora eu quero o lugar mais alto do pódio. Pegar bronze não é fácil, mas o difícil mesmo é pegar o ouro. Agora só falta uma luta", disse Esquiva.
A luta contra o britânico Ogogo, ex-participante do Big Brother do Reino Unido, começou equilibrada, e o primeiro round terminou em 3 a 3. Mas Esquiva foi crescendo dentro do ringue, aumentou a vantagem e venceu a disputa por 16 a 9, após um knockdown.
"Esse golpe surgiu da energia dos brasileiros. Eu sabia que aqui tinha muita gente torcendo por ele (pelo adversário da Grã-Bretanha), mas sabia dentro de mim que tinha muito mais gente torcendo por mim no Brasil. Então a energia veio de todos os brasileiros", afirmou.
O pugilista elogiou o adversário, disse que Ogogo fez uma boa luta, mas destacou que lugar de mostrar serviço é no ringue - lembrando a trajetória do rival, famoso por ter participado do reality show.
"Fui lá e mostrei lá que o boxe não é falado pelo Twitter, Facebook não. O boxe tem que ser mostrado ali no ringue. Falar todo mundo fala, o negócio é mostrar lá em cima, que lá em cima é que o bicho pega", disse. "O boxe brasileiro está muito evoluído, está de igual pra igual com qualquer país. A equipe está treinando bastante, estamos ficando de igual pra igual com outros países", completou Esquiva, que estava com pressa para ir embora, tomar um banho e voltar à arena para torcer pelo irmão, Yamaguchi Falcão (categoria até 81 kg) à noite para uma vaga na final. Mesmo assim, ele aproveitou para mandar um recado para a família.
"Paizão, te amo. Mãezona, também te amo! Meu pai e minha mãe devem estar pulando de alegria, devem estar igual pipoca na panela. E se Deus quiser vou seguir mais à frente, vou conseguir esse ouro", disse.

Nenhum comentário:
Postar um comentário