terça-feira, 7 de agosto de 2012

SORTEIO ESTRANHO


Sorteio que definiu destino de Brasil no vôlei é marcado por piadas

Após uma experiência traumática no Mundial masculino de vôlei em 2010, com acusações de entrega de partidas para escolher o chaveamento em fases seguintes, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) resolveu inovar na fórmula de definições dos confrontos das quartas dos Jogos Olímpicos de Londres. A nova regra estipula que os primeiros colocados de cada grupo pegam o quarto mais bem posicionado da outra chave. A mudança, porém, aconteceu nos duelos dos segundos e terceiros colocados, que foram para um sorteio para saber quem encarava quem.
Mestre de cerimônias do sorteio, o presidente da Confederação de Vôlei da América do Norte, América Central e Caribe (Norceca), Cristobal Marte Hoffiz, foi um espetáculo a parte. Parecendo estar feliz com a função, o dirigente mostrou os papéis com nomes e bandeiras das quatro seleções que estariam no sorteio. O Brasil, por terminar em segundo do seu grupo, era um dos nomes envolvidos, podendo pegar a Polônia (também segunda colocada, mas na outra chave) ou Argentina (que ficou em terceira no outro grupo). A Rússia era a outra equipe presente no evento.
Depois de colocar os papéis dentro das bolinhas, Hoffiz chamou dirigentes de Polônia e Argentina para participar do sorteio. Neste momento, o presidente da Norceca arrancou as primeiras risadas na sala ao pedir para o integrante da Polônia tirar a primeira bolinha: "não adianta tentar adivinhar, põe a mão e pega uma bolinha", disse. Após abrir a bolinha, o dirigente percebeu que era a bandeira da Polônia e soltou para o membro da equipe europeia: "parabéns, pegou justo a da Polônia, que sorte".
Quando foi a vez do integrante argentino tirar a segunda bolinha, mais uma "gracinha" de Hoffiz. "E aí, está achando que a bolinha está quente ou fria?", brincou com o integrante argentino, dando a entender que poderia ter armação no sorteio. Após exclamar com vontade que era a Rússia que iria encarar a Polônia, o presidente da Norceca confirmou o duelo entre Brasil e Argentina nas outras duas bolinhas e encerrou pomposamente a cerimônia.
Mesmo saindo de quadra na expectativa por saber o adversário, já que o sorteio aconteceu cerca de 15 minutos depois da partida, os jogadores do Brasil preferiram não entrar em polêmica e evitaram criticar o sistema novo. "Eles estão fazendo isso não sei por qual motivo. Mas a gente não tem muito o que escolher não. Para ser campeão e para chegar ao próximo passo vamos encarar quem vier aí. Nós vamos apenas concentrar ao máximo no que nós estamos fazendo até agora", disse o ponteiro Dante.
"Não tem jeito, para ser campeão olímpico a gente vai ter que passar por cima de todo mundo e ganhar esse três jogos. Se a gente ganhar esses três jogos, vamos ser campeões olímpicos. Vai ter Polônia, Estados Unidos, um monte de gente pela frente. Está difícil para todo mundo, não está difícil só para o Brasil não. Se a gente falar que vamos escolher pode acabar se dando mal. Eu lembro que o Brasil caiu uma vez nas quartas de final diante da Argentina, então não podemos menosprezar nenhum time", completou o líbero Serginho.
Em Sydney 2000, a equipe verde e amarela, dirigida por Radamés Lattari, terminou a primeira fase com cinco vitórias em cinco rodadas, na liderança do Grupo A. Nas quartas de final, perdeu por 3 sets a 1 para a Argentina, que havia sido a quarta colocada na outra chave, com duas vitórias e três derrotas na etapa de grupos.

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